domingo, janeiro 29, 2006
1º Mesquita do Brasil (Av. do Estado)
Cala-te e escuta:
Tu és o caminho.
Ninguém te guiará,
nem eu,
nem placas,
nem livros,
nem igrejas.
Ninguém irá aplaudir seus atos,
nem eu,
nem outros,
nem ninguém.
Tu estás só.
Só tu.
E mais ninguém poderá caminhar por ti.
sábado, janeiro 28, 2006
quinta-feira, janeiro 26, 2006
Marco zero de SP (Praça da Sé)
São quinze milhões de habitantes de todo canto em ação
Que se agridem cortesmente morrendo a todo vapor
E amando com todo ódio se odeiam com todo amor
São oito milhões de habitantes aglomerada solidão
Por mil chaminés e carros caseados à prestação
Porém com todo defeito te carrego no meu peito
São, São Paulo meu amor
São, São Paulo quanta dor
Salvai-nos por caridade pecadoras invadiram
Todo centro da cidade armadas de rouge e batom
Dando vivas ao bom humor num atentado contra o pudor
A família protegida um palavrão reprimido
Um pregador que condena uma bomba por quinzena
Porém com todo defeito te carrego no meu peito
Santo Antonio foi demitido dos Ministros de cupido
Armados da eletrônica casam pela TV
Crescem flores de concreto céu aberto ninguém vê
Em Brasília é veraneio
No Rio é banho de mar
O país todo de férias
E aqui é só trabalhar
Porém com todo defeito te carrego no meu peito
São, São Paulo meu amor
São, São Paulo
(Tom Zé)
Sr. Conservador diz:
Curso Intensivo de Boas Maneiras
Fique à vontade
Tiau, good bye,
Ainda é cedo,
Alô, como vai?
Com Marcelino vou estudar
Boas maneiras
Pra me comportar.
Primeira lição: deixar de ser pobre,
Que é muito feio.
Andar alinhado
E não freqüentar, assim, qualquer meio.
Vou falar baixinho,
Serenamente, sofisticadamente,
Para poder com gente decente
Então conviver.
Fique à vontade, .... .... etc.
Da nobre campanha
Contra o desleixo
Vou participar
Pela elegância e a etiqueta
Vou me empenhar
Entender de vinhos, de salgadinhos,
Esnoberrimamente,
Trazer o País
sob um requinte intransigente.
Fique à vontade, ... ..., etc.
(Tom Zé)
Teatro Imprensa (Bela vista/Bexiga)
Jesus Cristo é o Senhor (Av. Brigadeiro Luiz Antônio)
quarta-feira, janeiro 25, 2006
Não estamos contras as placas de trânsito, apenas lutamos contra os moinhos de vento...
terça-feira, janeiro 24, 2006
Nova Série
quinta-feira, janeiro 19, 2006
De volta a cidade
A um mundo de rios quebrados
e distâncias inatingíveis
na patinha desse gato quebrada pelo automóvel,
e eu ouço o canto da lombriga
no coração de muitas meninas.
Óxido, fermento, terra estremecida.
Terra tu mesma que nadas pelos números do escritório.
Que vou fazer? Ordenar as paisagens?
Ordenar as árvores que logo são fotografias,
que logo são pedaços de madeira e goles de sangue?
Santo Inácio Loiola assassinou um pequeno coelho
e ainda seus lábios gemem pelas torres das igrejas.
Não, não, não, não; eu denuncio.
Eu denuncio a conjura desses desertos escritórios
que não irradiam as agonias, que apagam os programas da selva,
e ofereço-me para ser comido pelas vacas espremidas
quando seus gritos enchem o vale
onde o rio Tietê se embriaga com azeite.
Gabriel de Garcia Lorca
1929
Panorama cego
sábado, janeiro 14, 2006
segunda-feira, janeiro 09, 2006
Faça você mesmo sua intervenção!
Para fazer sua intervenção você vai precisar:
1. Pincel;
2. Artes impressas já recortadas;
3. Cola para lambe-lambe (segue receita).
INGREDIENTES
7 colheres de sopa de farinha de trigo
1 colher de sopa de vinagre, ou pinho sol ou lisoform (evita apodrecimento).
1 litro de água
MODO DE PREPARO
Ferva 3/4 da água em uma panela grande. Misture em uma tigela separadamente 1/4 da água com as 7 colheres de farinha até dissolver totalmente. Ao ferver a água, jogue a mistura com farinha e mexa por 5 minutos até engrossar. Coloque o vinagre e mexa por mais 2 minutos. Resfrie antes de usar. Coloque numa garrafa e já era.
sábado, janeiro 07, 2006
sexta-feira, janeiro 06, 2006
"Qual é a mensagem, qual é a crítica!?"
Isso é querer limitar o trabalho. As placas falam muito mais coisas com uma sobreposição de significados que não cabe a nós definir. Se definirmos vamos estar excluindo as outras possibilidades. É como na frase Zen: "Azul é a resposta do céu, verde a dos campos". Procurar um porque e tentar chegar a uma conclusão é limitar as outras possibilidades que são sincrônicas e tão válidas quanto a nossa. A opinião de uma pessoa que é contra isso e acredita que seja vandalismo é tão importante quanto a opinião de uma pessoa que veja nisso uma outra possibilidade de resignificação, de multiplicidade do olhar no espaço público...
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